sexta-feira, 1 de junho de 2012

1871 a 1880

- NO ANO DE 1874 -

A FREGUESIA E DISTRITO DO ESPIRITO SANTO DO MAR DE HESPANHA ASSIM SE CLASSIFICAVA:

JUIZES DE PAZ
Miguel Rodrigues Pereira, Dr. Manoel José Montei roda Silva, Francisco Joaquim de Noronha e Silva e João Leite Guimarães. (respectivamente 1º, 2º, 3º e 4º)

SUBDELEGADO.
Francisco Joaquim de Noronha e Silva.

SUPLENTES DO SUBDELEGADO
João Leite Guimarães, Manoel Joaquim de Andrade e João Antônio Martins. (respectivamente 1º, 2º e 3º)

PÁROCO
Vago

DELEGADO DE INSTRUÇÃO
Dr. Manoel José de Castro Monteiro da Silva.

PROFESSORES.
Sexo masculino, Manoel Portes Mendes.
Sexo feminino, (vago).

ENGENHOS DE CANA.
Agostinho Fortunato da Silva Pinto, Gervásio Antônio da Silva Pinto e Dona Joana Maria da Conceição.




- NO ANO DE 1878 - 
39. MUNICIPIO DE MAR DE ESPANHA
Do "Tratado Geografia Descritiva da Província Minas Gerais 1878, pgs 127 e 128"

          Cidade do Mar de Espanha. O antigo arraia! do Cágado, ora denominado Mar de Espanha, foi elevado a Vila pelo art. 1º da lei provincial N.º 514 de 1851, e depois a cidade pela lei de N.º 997 de 27 de junho de 1860. É hoje cabeça de comarca do mesmo nome; e a sua população orça talvez por .000 almas sendo a do município todo de 30.781 almas.
          A povoação está assentada em uma pequena planície, ao pé do rio Cágado, em lugar aprazível.
          Tem uma matriz em construção, e mais três igrejas pequena. Tem diversas ruas e uma grande praça onde se está construindo a nova matriz. A rua principal é macadamizada.
          O pessoal da cidade do Mar de Espanha é sofrível e não muito pequeno, e o do município é grande a ótimo.
          Tem um comando superior de guardas nacionais, e um colégio eleitoral composto de 77 eleitores do município.
          Dista da capital da província 31 léguas.
          O território do município produz muito bem toda a sorte de cereais e legumes, porém o forte da sua lavoura é o café que ali produz admiravelmente.
          O numero de escravos matriculados na coletoria do município foi de 12.658, e o fundo de emancipação é de 25:209$963.
          O numero de ingênuos nascidos em 3 freguesias do município ate 31 de Dezembro de 1876 foi de 893, dos quais faleceram 217.
          O município divide pelo lado do sul com o rio Paraíba, pelo lado do norte com o município do Rio Novo, pelo lado de leste com o da Leopoldina, pelo de oeste com o do Juiz de Fora, e compõe-se das freguesias e distritos seguintes:

          1.º Freguesia de Santo Antônio do Mar de Espanha,
          2.º Freguesia de Santo Antônio do Aventureiro.
          3.º Freguesia do Espirito Santo.
          4.º Freguesia das Dores de Monte Alegre.
          5.º Freguesia de São José do Paraíba.


ESTRADAS NA PROVÍNCIA
Do "Tratado Geografia Descritiva da Província Minas Gerais 1878, pgs 45, 46"

Acha-se aberta desde o princípio do corrente ano e entregue ao trânsito público a Estrada de Ferro de D. Pedro II em seu prolongamento por esta província dede a Estação de Entre Rios na margem do Paraíba até o lugar denominado Sitio, que dista da cidade de Barbacena apenas duas léguas.
Também está funcionando regularmente a Estrada de Ferro da Leopoldina, a qual partindo do Porto Novo do Cunha chega até a nova Vila de Cataguases, antiga Meia Pataca, na margem do Rio Pomba. São estas por enquanto as únicas estradas de ferro, que se acham funcionando dentro da Província: com quanto haja muitas outras concedidas, por ora se acham só em projetos, constando-nos apenas que no dia 8 de Setembro do ano do 1877 foram inaugurados os trabalhos do ramal, que partindo da Estação da Serraria na margem do Paraibuna, se dirige ao Arraial do Espirito Santo do Mar de Espanha. É de crer que esta estrada fique concluída dentro de pouco tempo, atentos os recursos, a energia e a força de vontade dos cavalheiros, que se encarregaram de levar avante mais essa estrada.
Também somos informados de que a Estrada de Ferro de São João d'El-Rey, que tem de entroncar na de D. Pedro II muito breve será uma realidade: acham-se tomadas a maior parte das ações e tratam de incorporar a companhia para dar princípio aos trabalhos da construção. É de esperar que o patriotismo dos Mineiros faça com que não esmoreçam os concessionários desta estrada, que tem de ligar a praça de São João d'El-Rey à do Rio de Janeiro.

ENTRADA DE RODAGEM
Do "Tratado Geografia Descritiva da Província Minas Gerais 1878, pgs 46, 47"

Neste gênero propriamente dito existe somente a da companhia União & Industria, a qual foi construída nas mais perfeitas condições de estrada de rodagem de primeira ordem e de fato o é. Esta estrada tem pontes de ferro, e alvenaria, que são comparadas ás melhores nesse gênero construídas na Europa e Estados Unidos. Dela derivam três ramais, sendo um do Juiz de Fora para a cidade do Rio Novo: outro da Ponte do Paraibuna ao Porto das Flores na margem do Rio Preto, o terceiro à cidade do Mar de Espanha. O leito desta estrada é todo empedrado e a sua extensão é de 232 quilômetros, dos quais 115 são na província do Rio de Janeiro. A Companhia União & Indústria, possui excelentes estações, considerável material de transporte; entre as estações e edifícios da Companhia, merece especial menção a de Juiz de Fora, que hoje está servindo para a Estrada de Ferro de D. Pedro II.
Além desta estrada não nos consta que na província haja mais alguma nas condições de uma verdadeira estrada de rodagem e que mereça ser aqui mencionada.
Na província hoje a maior parte das cidades mais importantes tem iluminação a querosene, ou a azeite: em Ouro Preto, São João d'El-Rey, Barbacena, Juiz de Fora e outras cidades, à noite já os passeadores não andam às escuras.
Também, e muitas cidades da província, como Ouro Preto, São João d'El-Rey, São José d'El-Rey, Sabará, Barbacena, Juiz de Fora, Passos, Pouso Alegre, Lavras, Campanha, Itajubá, Carmo da Cristina e outras há teatros, onde se dão espetáculos, que muitas vezes são bem desempenhados.
Existem também na província 3 colônias, que são a do Mucuri. a do Urucu e a de D. Pedro II sendo esta última na cidade do Juiz de Fora. Situada logo em continuação da cidade do Juiz de Fora, esta colônia composta em sua maioria de alemães e alguns brasileiros vai prosperando; os colonos vem contentes e são inorigerados: dedicam-se a maior parte aos trabalhos de lavoura, horticultura e artes mecânicas.
Existem também na província 17 tipografias, que funcionam regularmente; e são 3 na capital da província, 1 na cidade de Mariana, 3 na cidade da Campanha, 1 em Pouso Alegre, 1 em Caldas, 1 em Uberaba, 1 em Itajubá, 1 na cidade do Paraíso, 1 no Juiz de Fora, 2 na Diamantina, 1 em São João d'EL-Rey e 1 em Passos.
De todas elas saem regularmente publicados diversos periódicos escritos com bom gosto, gravidade e decência.

0 comentários:

Postar um comentário